“Estamos a dividir os territórios etc.”, disse ontem Trump, ipsis verbis, sobre o estado de negociações com a Rússia e um acordo de paz para a Ucrânia. Uma prepotência que causa nojo, certo.
Mas não é nada de novo, é o que os impérios fazem, entre si, há milénios: dividir territórios e reis vassalos que são peões, definir esferas de poder e de influência, criar zonas tampão etc. (as últimas vezes, na Europa, quando da reunificação alemã, antes disso em Ialta, antes entre Hitler e Estáline etc). A não ser que os impérios estejam em guerra directa uns com os outros. E esse, que seria o nosso pior cenário, era para onde caminhávamos com a estratégia de Biden, a de von der Leyen e Macron. Resta agora saber para onde caminhamos com a estratégia de Trump e Putin. Um sítio bom não será, de certeza, para esta UE débil.
O que é novo, é que desta vez os impérios que estão a negociar a partilha de territórios, violam abertamente as leis, cartas, acordos e estatutos internacionais da maioria dos países reunidos na ONU. É pouco, terá uma reduzido ou nulo efeito sobre o desfecho, é certo. Mas, pela primeira vez, desde que há impérios, existe uma instância superior, moralmente pelo menos, e representativa de toda a comunidade internacional que pode condenar, em assembleia geral, os crimes e as violações dos impérios.
O tresloucado ex-presidente das Filipinas acabou de ser entregue para responder pelos seus crimes hediondos no Tribunal Penal Internacional. Sonho, um dia, ver Clinton, George W Bush, Obama, Biden, Trump, Putin, Selenski, Netanyahu, Erdoĝan, Bashar, Al-Assad, Blair, Xi, Aznar, Bin Salman, Jong Un, e tantos outros, responderem em tribunal pelos seu inúmeros crimes. Não vai acontecer na minha geração, mas sonho com isso.
Um dia, espero, a comunidade internacional, uma futura ONU e um futuro TPI, terão essa força e o mundo será um lugar mais justo, mais seguro e feliz. Será um mundo melhor.
Até lá, teremos que viver com o que temos e dar prioridade ao que é prioritário: defender as vidas de inocentes. Defender a vida de inocentes! Isso exige negociar, calar as armas o quanto antes, seja qual for o custo inicial em quilómetros quadrados (as fronteiras entre impérios nunca são estáticas). Era bom que a UE entendesse isso, em vez de se pôr em bicos de pés e aos saltinhos para tentar ficar à altura das pontas das gravatas das execráveis figuras de Trump e Putin, que cada um por si, têm armas para destruir a Europa inteira.
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